quinta-feira, 29 de abril de 2010

Meu mundo não tem lembranças ou História de um terrível ferimento no cérebro?



"A arma mais poderosa nas mãos do opressor é a mente do oprimido"

Steve Bantu Biko.

A todos favelados,

A solidão construída desde das ruínas de 1500, tem sido o fato destruidor das favelas.Quando reviramos há nossa história dentro deste país, chamado de Brasil, encontramos várias contradições em sua criação. Para colocar uma pequena acentuação nós fatos ocorrido no passado para compreendermos melhor a situação em que vivemos agora, são necessários umas viagens ao mundo desconhecido da história perdida.
O Brasil nasceu da maldade, brutalidade, conspirações, usurpações de terras
dos nativos, exploração da população negra, estrupo das mulheres negras e nativas, destruição total dos nativos, isso também inclui deixar uma reserva para poder civilizá-los, quer dizer: por roupas neles e inseri-lo no mercado de trabalho assalariado, como os negros; ou seja: este país tem sangue enfiado nas terras, o sangue marrom dos nativos, coberto pelo moderno asfalto do sangue negro que da vida urbanização. Isso significa o que? Dor, Guerra e Morte.
Sua raiz fundamentada na herança do roubo de terra, escravidão e estrupo dão luz à nação brasileira, que não conhece seu verdadeiro passado, vivendo agonizadamente o futuro desesperador do não saber de nada. Quem lembra disso? Que o Brasil foi o maior importador de escravos durante o tráfico transatlântico e também foi o último a abandonar o negócio ultralucrativo da escravidão.
Milhões de mulheres e homens africanos escravizados e trazidos de formas humilhante
para cá, sofrendo a crueldade e hostilidade do chicote. Nossos antepassados tinham em
média de sete anos nos campos de trabalho forçado e morriam no limite da exaustão.
Mas, isso não é discurso de pobre coitado? “O negro, no Brasil, sofre de complexo de inferioridade não é verdade?” NÃO! Nós incorporamos esse discurso da Elite Branca,
formadora de opniões, bem esperta que sabe utilizar seus meios de comunicações para introduzir em nossas cabeças discursos dominadores, que atrapalha nossa visualização dos reais problemas que sofremos por conta do assombroso passado.
Na verdade o que à de real na história é que nossos antepassados sempre lutaram
de várias maneiras tentando fugir desta prisão criada pelo colonizador.
E hoje em dia? Queremos parecer mais com o nosso opressor do que com a gente mesmo.
Perdemos a vontade de lutar ou esquecemos o que é a luta pela liberdade?
Nossa espença morre na camisa que nossas mães passa pro patrão; nossa esperança adormece nas partidas de futebol que vemos para aliviar o estresse do trabalho; nossa esperança escorre pelo esgoto frente as nossas comidas; nossas esperança grita no fundo da barriga de um mendigo; ela quer sair mais ainda não achou o lugar para poder pousar e começar à por em prática nossos próprios desejos.
Seria possível encontrar essa alma perdida chamada de esperança em nós?
Acretido que vai ser um trabalho arduo e longo, mais é o desejável.
O grande problema está no tempo que levamos para desmistifícação da história,
mesmo assim ainda não conseguimos enxergar ela em sua profundidade, esse
passado arde bem em nossos olhos nos dias de hoje, só que no tom do chicote
moderno do capitalismo avançado. Ainda sabemos muito pouco sobre nós mesmo,
bem pouquíssimo mesmo. Isto é, os fatos reais de nossa pobreza, que atravessam séculos dos muros do mundo, montam enigma que se desenvolve com passar do tempo. Os mecanismos de exploração vão se modernizando assim bloqueando o avanço dos negro(as) criando uma barreira que mantêm nós na mesma. Fazendo de nossa pobreza um dilema sem solução. O quadro é mesmo do passado, a regra não foi alterada, os Senhores de Engenho se tornaram Empresários e os Escravos se tornaram Favelados. Analisando minuciosamente todo esse avanço, vemos a seguinte coisa: No passado a idéia do homem branco era escravizar os negros para produzir riquezas, e hoje em dia nós ainda somos subordinados a esse modelo produção, a única diferença que recebemos salários de fome.
Vivenciamos a podridão da modernidade nos colocaram em lugares desumanos,
antes era na senzala, agora é na favela. Nada mudou para nós, os negros, o resultado das correntes do passado doloroso causou uma resposta única para futuro-e o prentesente – desigual. A burguesia vem desenvolvendo um ótimo trabalho de confusão em nossos pensamentos, ela alega que tudo foi um processo natural, só que quem sofre com essas conseqüências herdada do período colonial é a população negra e nativa que tende a ficar mais não sei quantos tempo marginalizada e alienada dos assuntos político deste país e do mundo e morrendo de fome.
O importante é lembrar que não fomos escravizados atoa ou por inocência dos Europeus, devemos ver esses crimes históricos de maneira horripilante e o principal motivo de nossas feridas nesse presente-futuro que apreciamos atualmente: são crimes
desumanos e devem ser reenvidicado por nós, os únicos sofredores reais da miséria.
Mas na era moderna de escravidão a classe trabalhadora negra fica à mercê da
terceirização. Nesse modelo de exploração moderna, as empresas não têm gastado com os direitos trabalhistas, fgts, seguro desemprego e etc...Isto quer dizer mais lucro pro patrão!
Somando isso, além do corte de gastos, essas empresas lucram mais com o crescimento das taxas de juros do que com a geração de empregos. Assim, grande parte da favela fica desempregada servindo de mão de obra reserva para aquela minoria empregada que queira reclamar por seus direitos. Dentro desse espetáculo a população negra é a protagonista dessa massa desempregada devido às suas condições que lhe foi imposta
pelo sistema capitalista.O desemprego leva os favelados a buscarem maneiras diferentes de sobreviver, buscamos o famoso trabalho informal, ou melhor, explícito “os bicos”, “os empregos duplos, que as estatísticas raramente confessam, é a realidade de muitíssimas pessoas que não têm outra maneira de evitar a fome”. Historicamente, essa forma de correr por outro lado sempre foi uma regra da população negra, que não foi ressarcida de nenhum dano do período da escravidão que viveu e ainda vive. Às elites poderosas donas de tudo, vêm criando várias ferramentas de dominação e destruição da população negra e de sua cultura.
A era da fome é a miséria de muitos dos engenhos modernos, para que a minoria de ricos comam bem, é necessários que muitos comam mal. “A miséria de muitos é necessária, para que seja possível o esbanjamento de muitos”.
Aos Manda-chuvas donos do mundo, cabem outros crimes em seu curriculum Vitae: a busca incessante do lucro, agora na sofrida era do gelo globalizante, que move a exploração capitalista e nos coloca no limite da sobrevivência; sem contar a manipulação de informação e da história, a busca cega do consumo e a valorização da bostaria, dificulta cada vez mais a nossa libertação. E para evitar que alguém saia dos eixos, o sistema mutiplica as armas de guerra. Incapaz de combater a pobreza, combate os pobres, enquanto a cultura dominante, cultura militarizada, abençoa a violência do poder já dizia Eduardo Galeano. Além da brutalidade corporal e mental que o Estado vem desenvolvendo a mando dos empresários ganansiosos pela riqueza, esse sistema que vigora agora modifícado impede a nossa capacidade de mover forças contra ele, é uma dor enorme produzindo cada vez mais cansaço em nós até que cheguem nossas mortes.

A gente ainda acredita nas promessas enganadoras dos partidos políticos, fantasiamos nossa liberdade pelo homem de gravata. Ele diz coisas como essa: o Brasil se transformará em país de Primeiro Mundo, e será rico e culto e feliz, desde que vocês se comportem bem e faça o que nós mandarem, sem chiar ou criar caso. “Em um formigueiro bem organizado, as formigas-rainhas são poucas e as formigas-operárias, muitíssas”.
A nossa pobreza irmãs e irmãos são como câmara de gás ela está perpetuada pela pedra da injustiça, não é natural ser pobre, e deus também não fez ninguém pobre, o grande motivo de nossa pobreza é o acumulo de riqueza da minoria que manda e desmanda no mundo. Assim, os brancos donos do planeta terra vivem seus privilégios herdados de roubo de terra, destruição da população nativa e africana: isso se chama 500 anos! Invadiram continentes destruiram lares e famílias a base da arma de fogo – será que podemos chamar isso de inocência a forma pela qual os grandes empresários estão no poder? Será que devemos aceitar o modo de vida que nos foi imposto desde do passado? Será que nós nascemos só pra isso sofrer calado e agüentar toda opressão quietos? Até quando vamos compartilhar com esse sistema que nos destrói cada vez mais? Será que os direitos à liberdade e os privilégios é só para minoria branca? É favela...O problema é grande se aceitarmos tudo isso de maneira submissa, eles venceram.


Os sonhos e os pesadelos são feitos da mesma matéria,
mas este pesadelo se diz o único possível: um modelo de
desenvolvimento que despreza a vida e adora as coisas.
Eduardo Galeano.





Leppe Kinte, 29 de Abril de 2010.

3 comentários:

ka disse...

"incapaz de combater a pobreza,combate o pobre"belo texto,leppe.me tocou muitissímo.me parece que é a síntese completa do que é a nossa sociedade hoje.

Thiago Ultra disse...

"De forma ingrata viemos,bendita terra que odeio
trazido pela maldade,pra trabalhar em teu seio
receio pelo presente,pq futuro não temos
ordem de mais,progresso de menos"

Mapenzi disse...

é ... "mundo em decomposição por um triz, transforma o irmão meu num verme infeliz!"

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